Torcedor símbolo do São Paulo esbraveja ao ser barrado pela PM por pintura.
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Vagner Magalhães Do UOL, em São Paulo.
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Vagner Magalhães
Escudo no peito foi o responsável por impedirem torcedor de entrar no Morumbi
O torcedor são-paulino Heraldo Hipólito dos Santos, 38, é figura fácil de ser reconhecida nos jogos do São Paulo. Há 18 anos ele acompanha as partidas do clube, sem camisa, com o símbolo tricolor pintado sobre o peito. Mas nesta quarta-feira, ele não conseguiu ver a estreia do time nas oitavas de final da Copa Libertadores da América, contra o Cruzeiro. Mesmo com ingresso, ele diz ter sido barrado pela Polícia Militar na entrada do estádio.
“Fui entrar e me barraram porque eu estava com um símbolo do São Paulo pintado sobre a careca. Como vi que não iam deixar eu entrar, fui lá e lavei. Voltei para entrar e me barraram porque eu estava com o símbolo do São Paulo pintado no peito. Essa é a minha marca registrada e eu me recusei a tirar. Não vai reconhecer o que? Meu peito?”, disse ele.
A Polícia Militar alega que o rosto pintado dificulta uma eventual identificação dos torcedores. Apenas pinturas simples, como riscos com as cores do clube no rosto são liberadas. Quanto à proibição do símbolo no peito, os policiais que estavam no portão de aceso ao estádio não quiseram se pronunciar.
Na última tentativa, ele voltou ao portão de entrada com uma camisa de goleiro do clube sobre a pintura. Ainda assim, nada feito. Nessa altura, com o jogo quase no final do primeiro tempo, ele tentava convencer os seguranças do São Paulo a intercederem por ele. Também sem sucesso.
“Ser são-paulino, ser doente, bater cimento, chegar aqui e não deixarem eu entrar, com ingresso na mão. Eu estou injuriado demais. É a primeira vez em 18 anos que eu fico de fora”, reclamou o ajudante de pedreiro.
Ele conta que veio de Sergipe em 1998 para acompanhar a final do Paulistão contra o Corinthians e de lá para cá não parou mais de acompanhar o time. Santos é morador de Diadema, na Grande São Paulo.
“É a primeira vez que eu não entro em um jogo. Se eu estou com a camisa, é um direito meu. Eu estou injuriado com isso aqui. E ainda me chamaram de otário. Eles não estão mexendo com bandido. Eu estou aqui desde 1998, honrando o São Paulo”, concluiu.