Fim de conversa: Atlético-MG irá atacar Governo após mais um bloqueio
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No aguardo de uma definição em torno dos R$ 40 milhões retidos pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional na transferência de Bernard para o Shakhtar Donetsk, o Atlético-MG foi surpreendido nesta quarta-feira por mais um bloqueio do órgão. Dessa vez, por conta de uma dívida fiscal de R$ 4 milhões contraída ainda em 1999. A diretoria do clube passou a última tarde reunida discutindo o assunto e decidiu encerrar as conversas: o próximo passo será uma ação contra a União.
O diretor jurídico alvinegro, Lásaro Cândido da Cunha, será o encarregado por definir toda a estratégia de ataque do time contra a suposta perseguição da entidade federal.
“Vamos preparar uma grande investida contra a União. Não podia chegar nesse ponto, mas também não temos como ficar à mercê de um órgão que não trata de forma igual as suas entidades. Antes, conversávamos no âmbito administrativo, nos canais normais, como todos fazem, e nos obrigaram a partir para o judiciário”, explica ao ESPN.com.br.
No mês passado, o Atlético-MG já conseguiu uma vitória inicial em sua tentativa de colocar o shopping Diamond Mall, pertencente ao clube e cedido à Multiplan num contrato de 12 anos, como garantia caso não pagasse suas dívidas. A Procuradoria da Fazenda, a princípio, não se mostrou propensa a aceitar o imóvel, mas foi desautorizada pela Justiça Federal.
Em contato com a reportagem, o presidente Alexandre Kalil revelou ter escutado do órgão federal que a situação irá piorar ainda mais.
“Estamos tentando ver uma medida para saber qual foi nosso pecado, a nossa desgraça. Para saber por que somos só nós, se o problema é Minas Gerais, por que Minas Gerais tem que morrer de fome mesmo. Não estou entendendo. O procurador ainda disse que vem artilharia pesada mais adiante”, desabafa.
Para evitar a execução do bloqueio realizado nesta terça-feira, o Atlético-MG tentará primeiramente embargá-lo, oferecendo mais uma vez bens do clube.
“O parcelamento não saiu e a Procuradoria da Fazenda passou a nos atacar com todo tipo de ação. Estamos reclamando a negociação que foi feita com o Flamengo, com o Botafogo, com o Vasco e o Atlético-MG, não. Por que não pode?”, pergunta o diretor jurídico Lásaro Cândido da Cunha.
“A gente fornece uma garantia real, um shopping, um patrimônio de mais de R$ 1 bilhão. Pedimos um parcelamento decente e o Governo fica empurrando. Tem clubes que oferecem estádio, que não tem segurança nenhuma, e conseguem. Eles pegam, dão R$ 35 milhões ao Flamengo e o Atlético-MG segue sendo perseguido. A administração atual conseguiu reerguer o time e qual a resposta das autoridades? Elas simplesmente nos inviabilizam”, completa.
O Atlético-MG apostava até aqui no apoio da bancada local do PT para tentar resolver a situação e esperava um chamado para ir até Brasília conversar a respeito. A presidente Dilma Rousseff esteve recentemente em Belo Horizonte para cumprir agenda, mas o apelo do clube não surtiu efeito. O time chegou a atrasar um mês e meio de salários aos jogadores.
Fonte: Espn