Judoca, gay e agora campeã. Quem é a baiana que roubou a cena no UFC 200.
3 min readDo Zigzagdoesporte.com.br por UOL, em São Paulo.
A primeira brasileira a conquistar um cinturão no UFC, a primeira brasileira a ser contratada pelo maior evento de MMA do mundo, a primeira brasileira a vencer dentro do octógono. Amanda Nunes faz história. A maior delas foi na madrugada de domingo (10), no histórico UFC 200. A “Leoa” tem uma longa trajetória na modalidade e aos poucos conquistou o espaço até o topo.
Hoje Amanda é a heroína do Brasil no UFC com a conquista do cinturão. Não é só no esporte, no entanto, que Amanda acaba se destacando. Ela prefere ser natural em suas ações, mas dessa forma também faz parte de uma militância importante fora do octógono, a da causa gay.
Ela e a namorada Nina Ansaroff, lutadora peso-palha (52 kg), preferiram não levar a causa gay para dentro do octógono neste final de semana, mas nem precisou. A conquista a coloca como a primeira atleta homossexual a carregar um cinturão do UFC. Assim, as duas já contribuem muito para a mudança. “Ela é tudo para mim. Me ajuda todo dia… Eu vou chorar . Eu amo ela. Isso é demais. O mais importante é que eu sou feliz com a minha vida”, disse após a vitória.
“Temos orgulho da nossa relação porque nós temos uma ligação muito forte, não porque somos gays. Como sua parceira, sinto que refletimos uma à outra”, narrou Nina em conversa com a Ag. Fight antes da luta de Amanda.
Amanda não para. Ela é a mais nova de três irmãs. Nascida em Pojuca, no interior da Bahia, deu trabalho por seu excesso de energia quando era criança e descobriu nas lutas a maneira de aliviar esse ritmo agitado que carrega no DNA.
Quando as irmãs deixaram a cidade para trabalhar em Salvador, a mãe de Amanda, Ivete, quase não aguentou tanta energia. Só o esporte para a deixar mais calma. Judô, jiu-jitsu, capoeira, depois boxe e até karatê. O talento foi mostrado para todos em pouco tempo, com apenas 15 anos já treinava pesado.
Estreou em um grande evento em 2011. No Strikeforce, “chegou, chegando” com uma vitória por nocaute em 14 segundos sobre Julia Bud.
O caminho até o UFC foi longo e a oportunidade chegou em 2013. Amanda parecia não acreditar. Apesar da grande oportunidade, ainda não estava 100% preparada. Faltava condicionamento físico para conseguir levar as lutas mais complicadas até o último round caso fosse necessário.
Sua última derrota foi em setembro de 2014. Desde então, não descansou e venceu as três lutas que disputou até ser credenciada para a disputa do cinturão contra Miesha Tate.
“Estarei pronta para tudo o que a Miesha trouxer para luta, não importa as armas dela”, avisou Amanda antes da luta. Na madrugada deste domingo, em Las Vegas, não foi necessário lutar os cinco rouds, mas a brasileira mostrou que estava preparadíssima. Focada, bateu forte na campeã Miesha Tate, que sangrou bastante até a finalização depois de apenas 3min16s.