Conheça o cara que tem a missão de tirar um clube campeão brasileiro da 3ª divisão.
4 min readVladimir Bianchini, do ESPN.com.br
O Guarani está muito longe dos melhores dias de sua história, quando entre as décadas de 70 e 90 figurou entre os principais clubes do país, foi campeão brasileiro de 1978, e revelou inúmeros craques para o futebol como Careca, Evair, Neto, Amoroso e Luizão. Depois de passar por inúmeras crises, o time de Campinas disputa a Série C do Campeonato Brasileiro e a Série A2 do Campeonato Paulista.
Após campanha fraca no estadual, quando sequer se classificou para a segunda fase da competição, o técnico Pintado foi trabalhar no São Paulo e Marcelo Chamusca assumiu seu lugar. Irmão mais novo de Péricles, campeão da Copa do Brasil de 2004 pelo Santo André, o baiano tem experiência na terceira divisão nacional com o Fortaleza, quando o acesso bateu na trave.
“O início do trabalho foi difícil por causa do insucesso e por causa disso tinha muita desconfiança. Tive que reformular o elenco todo e montar um elenco novo. Não é fácil escolher e trazer as peças para o clube. Com uma limitação orçamentária não dá para montar um elenco da noite para o dia, estamos ainda contratado mesmo na terceira rodada. Devido ao atraso da montagem, a construção do time está com o campeonato em andamento”, disse o treinador, em entrevista ao ESPN.com.br.
Até o momento, o time paulista ocupa a terceira posição do Grupo B com quatro pontos ganhos, com uma goleada no Guaratinguetá (4 a 0), na estreia, e um empate com o Tombense, em Minas Gerais.
“Estou satisfeito com os dois jogos que fizemos e uma mescla boa de jogadores da base com os que têm experiência muito boa. Isso demonstra que temos um futuro promissor. Contratamos o Leandro Amaro, Pipico e Zé Antônio, que são caras rodados com experiência de clubes da Série A. Além de termos o Fumagalli, que é ídolo da torcida e peça fundamental. Nosso grupo é muito equilibrado”, analisou o comandante.
Mesmo assim, ele precisou administrar problemas com os atletas, pois os promissores Watson e João Vittor, revelações do Guarani, saíram por meio da Justiça na semana passada.
“Essa questão dos garotos da base é pelo fato deles quererem buscar outras oportunidades. Nos últimos meses o clube está honrando os compromissos. Ele tem pago todo dia 10, tudo que tem acordado tem sido honrado e me dado condição. Não tenho que reclamar de questão financeira”, garantiu.
Chamusca acredita que o time de Campinas está em um processo de reconstrução e de recuperação de sua credibilidade.
“Entrou uma empresa que investe no clube e as coisas passaram a ser honradas. Não temos esse tipo de problema. Isso foi uma informação importante para que pudéssemos trazer jogadores. Muitos deles preferiram vir para jogar a Série C do que ir para outros clubes da Segunda Divisão. Jogador quer salário em dia e boas condições de trabalho. Eles conversam muito entre si e as informações circulam, sabem os times que pagam e os que não pagam”, ponderou.
Mesmo com um elenco em formação e todas as dificuldades, o treinador sonha em recolocar o “Bugre” entre os principais clubes do Brasil. “Aqui nós pensamos etapa por etapa. O próximo passo é a classificação para a próxima fase, mas pela história e grandeza do Guarani temos que brigar para subir de divisão”, decretou o treinador.
Marcelo Chamusca foi volante e foi revelado pelo Bahia. Passou por Camaçari-BA, Galícia-BA, Treze-PB e Colatina-ES, clube no qual encerrou a carreira aos 27 anos. Depois fez vestibular para educação física e foi trabalhar como treinador na base do Vitória, em 94. Depois passou pelas categorias inferiores do Sport e Bahia até virar auxiliar-técnico de Péricles Chamusca, entre 2004 e 2012.
No mesmo ano, começou seu trabalho como treinador profissional no Vitória da Conquista-BA. Durante a carreira trabalhou no Salgueiro-PE, Fortaleza, Atlético Goianiense e Sampaio Corrêa.
O próximo desafio do Guarani na Série C será diante do líder Juventude, no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, às 19h.