França acaba com conto de fadas, massacra Islândia e pega Alemanha na semi da Euro
5 min readFrancisco De Laurentiis, de Saint-Denis (FRA), para o ESPN.com.br
Acabou o maior conto de fadas do futebol no ano…
Neste domingo, a França dominou completamente a surpreendente Islândia e venceu fácil: massacre por 5 a 2, no Stade de France lotado, pelas quartas da Eurocopa.
Os Bleus resolveram tudo nos primeiros 20 minutos, com gols de Giroud e Pogba. Na comemoração de seu tento, aliás, o meia fez uma reverência para a torcida, finalmente selando a paz depois das críticas pesadas por seu “sumiço” no início do torneio de seleções.
O adversário ainda tentou reagir, mas Payet e Griezmann, já nos minutos finais da partida, fizeram mais um cada e colocaram os últimos pregos no caixão em Saint-Denis.
O equipe visitante ainda ameaçou uma reação no início do segundo tempo, marcando com Sigthórsson, mas Giroud fez outro, desta vez de cabeça, e sentenciou a goleada. Nos últimos minutos, Bjarnason anotou e deu uma despedida mais digna à Islândia.
Chocolate e freguesia mantida, já que os franceses seguem nunca ter perdido para os islandeses: agora, são nove vitórias e três empates no retrospecto.
Para os Vikings, porém, não há nada para se lamentar ou ficar envergonhado. Afinal, para um time que vem de um país de 330 mil habitantes, com apenas 100 futebolistas profissionais registrados e que ainda tem um dentista como um de seus técnicos, chegar às quartas de final em sua primeira participação na história da Eurocopa é quase um título.
Vale lembrar também que o elenco da Islândia é tão modesto que vale menos do que nove times do Campeonato Brasileiro: São Paulo, Atlético-MG, Palmeiras, Cruzeiro, Corinthians, Grêmio, Santos, Inter e Flamengo. Também custa metade de Pogba.
Agora, a França encara seu primeiro desafio “de verdade” na Eurocopa, contra a Alemanha, na próxima quinta-feira, às 16h (horário de Brasília), em Marselha.
Já os islandeses voltam pra casa de cabeça erguida e agora pensam em ir longe, chegando pela primeira vez à Copa do Mundo. No entanto, não contarão com o experiente treinador sueco Lars Lagerback, que deixará o comando da equipe.
Heimir Hallgrimsson, o dentista, treinará o time sozinho.
MASSACRE SEM DÓ
A França mostrou que não daria chances para a Islândia desde o apito inicial. Logo aos 5 minutos, depois de uma série de tabelas na frente da área, Payet chutou forte, e obrigou o goleiro Halldorson a se esforçar para defender em dois tempos.
Os Bleus seguiram em cima, e começaram a construir a goleada pouco depois. Matuidi deu lançamento primoroso para Giroud, que invadiu a área e bateu de esquerda, por baixo das pernas de Halldorson, que caiu sentado. Explosão de alegria no apinhado Stade de France.
Não tem deu tempo nem dos islandeses conversarem e o segundo já saiu aos 20. Griezmann cobrou escanteio perfeito, Pogba voou no terceiro andar e ampliou. Na comemoração, fez sua famosa “PogDance” e reverenciou os torcedores, selando a paz após as críticas da fase de grupos.
Na base de suas jogadas mais manjadadas, como o lateral forte cobrado direto para a área e os cruzamentos quicando na frente do goleiro, os Vikings ainda tentaram diminuir o prejuízo, mas Lloris estava atento para evitar.
No final do primeiro tempo, o time de Didier Deschamps acelerou e fez mais dois, sepultando qualquer esperança de reação dos islandeses.
Primeiro, Payet recebeu na meia-lua, puxou para a perna esquerda e bateu no canto. No minuto seguinte, Griezmann foi lançado na corrida, invadiu a área e deu um lindo toque por cobertura para vencer Halldorson e transformar a vitória já em goleada.
Quarto gol do jogador do Atlético de Madri na Euro, que superou Bale, de País de Gales, Morata, da Espanha, e o próprio Payet, seu colega de equipe, assumindo o topo da tabela da artilharia da competição.
GOLS DE HONRA E PELADA!
No retorno do intervalo, a Islândia fez duas alterações, mas a França seguiu amplamente superior, e tentou ampliar ainda mais o placar em chutes de fora da área. Payet arriscou primeiro e Pogba depois, mas ambos erraram o alvo.
No entanto, foi a Islândia quem achou seu gol, e em sua jogada mais tradicional. Aos 11 minutos, Gylfi Sigurdsson cruzou bem e Sigthórsson chegou desviando no primeiro pau, acertando o cantinho de Lloris. Gol de honra dos Vikings.
Só que não deu nem tempo de comemorar. Na sequência, Bjarnason fez falta feia em Payet, que levantou na área e achou Giroud. Com uma cabeçada precisa, somada à saída ruim do goleiro, o camisa 9 guardou outro.
Em seguida, foi substituído, já que estava pendurado e podia virar desfalque contra a Alemanha, com o também centroavante Gignac entrando em seu lugar.
Aos 18, a Islândia testou Lloris mais uma vez com sua jogada aérea: Sigmundsson cabeceou forte, à queima-roupa, e o arqueiro dos Bleusfez grande defesa no reflexo.
Depois disso, o jogo virou uma verdadeira “pelada”, principalmente pela chuva, que deixou o gramado escorregadio. Didier Deschamps ainda tirou o zagueiro Koscielny, que estava pendurado, e colocou Mangala, desta forma evitando qualquer suspensão para a semifinal.
Deschamps ainda poupou Payet, colocando Coman em seu lugar, enquanto o veterano Gudjohnsen entrou na Islândia, recebendo muitos aplausos da torcida, que tem o ex-Barcelona e Chelsea como grande ídolo.
E o “vovô” entrou muito bem. Logo sem seu primeiro lance, atraiu a atenção dos marcadores e deixou Bjarnason livre para cabecear o cruzamento de Skulason.
5 a 2 e fim de papo no Stade de France.
FICHA TÉCNICA
FRANÇA 5 x 2 ISLÂNDIA
Local: Stade de France, em Saint-Denis (França)
Data: 3 de julho de 2016, domingo
Horário: 16h (horário de Brasília)
Público: 76.833 torcedores
Árbitro: Björn Kuipers (HOL)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos HOL)
Cartões amarelos: Bjarnason (ISL)
GOLS
FRANÇA: Giroud, aos 12, e Pogba, aos 20, Payet, aos 43, e Griezmann, aos 44 minutos do primeiro tempo; Giroud, aos 14 minutos do segundo tempo
ISLÂNDIA: Sigthorsson, aos 11, e Bjarnason, aos 39 minutos do segundo tempo
FRANÇA: Lloris; Sagna, Koscielny (Mangala), Umtiti e Evra; Matuidi, Sissoko e Pogba, Payet (Coman), Griezmann e Giroud (Gignac) Técnico: Didier Deschamps
ISLÂNDIA: Halldórsson; Saevarsson, Ragnar Sigurdsson, Árnason (Ingason) e Skulason; Gunnarsson, Gylfi Sigurdsson, Gudmundsson e Bjarnason; Sigthórsson (Gudjohnsen) e Bödvarsson (Finnbogason) Técnicos: Heimir Hallgrimsson e Lars Lagerbäck.