Brasil encerra jejum de ouros, mas meta de ser top 5 na Para Olimpíada do Rio já está distante.
4 min readThiago Cara, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Recordista mundial, Silvania Costa confirmou seu favoritismo e conquistou o ouro no salto em distância T11 nesta sexta-feira no Engenhão. A medalha encerra um jejum de dois dias sem subir no lugar mais alto do pódio do Brasil e dá um novo gás para a busca pela quinta colocação geral nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Ainda assim, a meta já está distante.
O título de Silvania foi a 11ª medalha dourada do país-sede nesta edição dos Jogos, o mesmo número da Holanda – o Brasil é sétimo pela quantia de pratas conquistadas. O sexto lugar é da Alemanha, com 13; e a posição que a delegação verde e amarela almeja está a três ouros de distância, com a Austrália, que já subiu 14 vezes no lugar mais alto do pódio.
Se a distância não parece tão grande, o fato de muitos dos favoritos do Brasil já terem competido preocupa, com apenas mais dois dias e meio de competições. Nos esportes individuais, as grandes esperanças de ouro seguem com o atletismo e a natação; enquanto nos coletivos, apenas com o vôlei sentado e o futebol de cinco (para cegos).
O atletismo tem sido o carro-chefe da delegação brasileira no Rio, responsável por oito do total de ouros já conquistados. A natação faturou duas, ambas com Daniel Dias, mas tem ficado abaixo do esperado; enquanto a bocha completou as 11 láureas douradas até aqui.
Nos esportes coletivos, o Brasil está na decisão do futebol de cinco e tem boas chances neste sábado contra o Irã. O rival é o mesmo na semifinal do vôlei sentado, nesta sexta, mas a dificuldade deve ser maior para avançar, já que o país asiático é potência na modalidade.
Investimento
Dos 23 esportes do programa paralímpico, 15 foram contemplados pelo Plano Brasil Medalhas, lançado em 2012 e que mapeou as modalidades com mais chance de subir ao pódio tantos nos Jogos Olímpicos, quanto Paralímpicos em 2016. O investimento foi feito justamente para que as delegações do país atingissem suas metas – top 10 e top 5, respectivamente.
Nove modalidades (atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, hipismo, judô, levantamento de peso, natação e tênis de mesa), de fato, subiram ao pódio nas Paralimpíadas, mas só três conquistaram ouro.
As chances que restam
Na busca por medalhas de ouros nos últimos dias de Paralimpíada, o Brasil já está garantido em quatro finais no atletismo. Nesta sexta, Daniel Silva e Felipe Gomes têm chances nos 400m masculinos T11, mas não entram como favoritos. Na mesma distância, no feminino, Terezinha Guilhermina e Thalita Vitoria Simplicio chegam com tempos inferiores a de suas duas rivais.
No sábado, são outras duas decisões asseguradas; nos 400m T47, com Petrucio Ferreira dos Santos, que já tem duas medalhas no Rio; e nos 1500m T11, com Renata Bazone. Nenhum dos dois, porém, é favorito nas respectivas provas, assim como os maratonistas do país, no domingo.
A natação, por sua vez, ainda deve melhorar o desempenho. Em Londres 2012, a modalidade garantiu nove ouros, e duas dessas provas ainda acontecerão no Rio – uma delas, os 50m costas S5, acontece nesta sexta e tem Daniel Dias na final.
Medalhas prováveis para a Austrália
Atualmente na quinta colocação com 14 ouros, a Austrália ainda deve ouvir seu hino na Rio 2016. O país da Oceania, por exemplo, está dominando as regatas de vela e lidera as três categorias que conhecerão seus medalhistas neste sábado.
No atletismo e natação, somente nesta sexta-feira o país tem 12 finais para disputar, sendo uma com a nadadora Ellie Cole, que conquistou quatro ouros na Paralimpíada há quatro anos – ela já venceu uma disputa no Rio e tem chance de título em mais duas.
No rugby em cadeira de rodas, modalidade em que o Brasil é estreante e já está eliminado, os australianos também são favoritos ao ouro, sendo atuais campeões paralímpicos e mundial.