No inchaço da Libertadores, Conmebol prioriza dinheiro e esquece resultados; entenda o fato.
3 min readDo Zigzagdoesporte.com.br por ESPN.com.br.
O inchaço promovido pela Conmebol na Copa Libertadores priorizou os países mais ricos e não necessariamente os que têm feito boas campanhas nos últimos anos, como o Paraguai. Foram presenteadas com mais vagas as confenderações das quatro maiores economias da América do Sul, casos de Brasil Argentina, Colômbia e Chile.
O Brasil terá sete vagas e não mais cinco na Libertadores, tornando-se assim o maior beneficiado do aumento de 38 para 44 participantes no torneio. A Argentina terá seis e não cinco, enquanto Colômbia e Chile passaram de três para quatro cada um.
Segundo dados da CIA (Agência Central de Inteligência, em tradução livre), a economia brasileira é a maior do continente sul-americano. Em 2015, o Brasil movimentou 1,773 trilhão de dólares, que convertidos correspondem a R$ 5,748 trilhões.
No mesmo período, a Argentina movimentou 585,6 bilhões de dólares, seguida pela Colômbia (293,2 billhões de dólares) e do Chile (240,2 bilhões de dólares).
O critério ignora o desempenho recente nas competições da Conmebol. No ranking da entidade, que avalia os times nos últimos dez anos, entre os dez primeiros há dois clubes do Uruguai (Peñarol, em terceiro, e Nacional, em quinto) e um do Paraguai (Olimpia, em sétimo). Mas esses países não tiveram aumento nas vagas. Continuam com três cada um.
Ampliando o olhar, considerando os 44 primeiros colocados (número da nova Libertadores), há dez times de Brasil e Argentina, cinco do Paraguai, quatro de Chile e quatro da Colômbia, três de Equador e Uruguai, dois de Bolívia e Peru e um de Venezuela.
Ou seja, o Paraguai aparece a frente de dois países beneficiados com o aumento de vagas: Chile e Colômbia. Ficou um patamar abaixo, assim como o Uruguai, ao lado de países como Bolívia, Peru e Equador, que tem pouca ou nenhuma força no torneio.
Pelo ranking é possível ver também que a Argentina “saiu” perdendo em relação ao Brasil, já que ficou com uma vaga a menos do que o rival na próxima Libertadores.
Um detalhe importante é que o México, segunda maior economia dos países que disputama Libertadores (1,144 trilhão de dólares), não foi contemplado. Continua com as três vagas. Além disso, membro da conferdação da América Central e do Norte e Caribe, os clubes mexicanos não fazem parte do ranking da Conmebol.
HABITANTES, NÃO ECONOMIA?
A justificativa da Conmebol para dar mais vagas aos brasileiros foi o número de habitantes do país. Assim explicou Alejandro Dominguez, presidente da entidade sul-americana.
“Houve um trabalho científico e analítico. A intenção é dar mais participação aos países que têm mais representatividade. No Brasil, teremos uma equipe para cada 42 milhões de habitantes. Relacionamos as equipes ao número de habitantes”, disse à Fox Sports.
“Também temos que ver com critérios de mercado, porque a intenção é muito boa. A intenção é promover o futebol, organizar a Sul-Americana e a Libertadores, melhorar a qualidade dos torneios internacionais, mas sobretudo os locais para que possam surgir e serem jogados simultaneamente aos da Conmebol. Queremos arrecadar mais dinheiro para as equipes que participam”, complementou Dominguez ao tratar das modificações.
VEJA AS MAIORES ECONÔMIAS DA AMÉRICA DO SUL
1 – Brasil – US$ 1,773 trilhão – De 5 para 7 vagas
2- México – US$ 1,144 trilhão – Continua com 3 vagas
3 – Argentina – US$ 585,6 bilhão – De 5 para 6 vagas
4 – Colômbia – US$ 293,2 bilhão – De 3 para 4 vagas
5 – Chile – US$ 240.2 bilhão – De 3 para 4 vagas
6 – Peru – US$ 192,1 bilhão – Continua com 3 vagas
7 – Equador – US$ 98.83 bilhão – Continua com 3 vagas
8 – Uruguai – US$ 53,79 bilhão – Continua com 3 vagas
9 – Bolívia – US$ 33,21 bilhão – Continua com 3 vagas
10 – Paraguai – US$ 28,08 bilhão – Continua 3 vagas
11 – Venezuela – US$ 239,6 bilhão – Continua 3 vagas.