Isaquias Queiroz celebra medalha de prata após ano de 2023 sabático e outras situações pessoais. VEJA COMO FOI MAIS UMA CONQUISTA DO BAIANO.
3 min readPor Carlos Fiúza de Salvador para o Zigzagdoesporte.com.br
A grande arrancada na decisão do C1 1000m nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, subindo do quinto lugar para a medalha de prata serviu de superação e alívio para Isaquias Queiroz. Esperança de pódio brasileira, o canoísta chegou pressionado à França, vinha da frustração pelo último lugar no C2 500m e não escondeu que também teve de superar decepções e problemas psicológicos para subir ao pódio pela quinta vez e poder homenagear o filho.
Muitos atletas de alta performance vêm sofrendo para manter a cabeça boa antes de competições importantes como a Olimpíada e com Isaquias não foi diferente. Após fechar em segundo em sua principal prova olímpica nesta sexta-feira, ele desabafou, feliz pela volta por cima e por conseguir a medalha.
“Sensação de alívio, de felicidade. 2023 foi muito especial para mim, percebi o que é não ser campeão mundial (terminou em sexto), o que é ser humano, ter problemas mentais e psicológicos”, desabafou à TV Globo, ressaltando a temporada sabática na qual passou sem disputas para descansar o corpo e a mente e ficar próximo da família em Ilhéus, na Bahia.
Abriu mão de parte da carreira e só foi ao Mundial para se garantir na Olimpíada. Fechou pela primeira vez na história da competição sem medalhas, mas conseguiu chegar à Paris mais relaxado e era só alegria nesta sexta.
“Chegar aqui com a prata é ser campeão olímpico para mim. Cheguei à seleção em abril e tive que correr muito para chegar aqui”, disse. “Fico feliz de poder chegar a essa quantidade de medalha (cinco). Queria que fossem mais duas, com o ouro seria melhor ainda, mas estou feliz por ter ganhado a de prata e chegar na marca de Robert Scheidt, Torben Grael, não tem como tirar o brilho desses caras, são os pioneiros do Time Brasil”, endossou seu feito, lembrando das cinco conquistas dos atletas da vela e ainda recordando de uma bússola que ganhou de Torbel para “guiar sua carreira.”
Sobre a Olimpíada, fez um apanhado geral. “Fiquei triste ontem pelo Jacky (Godmann, seu parceiro no C2 500m)”, continuou, lamentando o oitavo lugar na final. Aproveitou para explicar o quão foi difícil se superar na Olimpíada e elogiou o checo vencedor. “Foi um peso que tirei das minhas costas. Muita gente não acreditou em mim. Chegar aqui e ser medalha de prata, porta bandeira… Sai de uma modalidade pequena, e hoje o Brasil inteiro conhece a canoagem velocidade”, enfatizou, antes de falar sobre Martin Fuksa.
“Fico triste quando perco, mas acima de tudo é o respeito. (A gente) precisa aceitar quando perde. Martin Fuksa vem de uma grande temporada, espetacular”, frisou, sobre o medalha de ouro.
Aproveitou para homenagear o filho Sebastian, de seis anos, sua inspiração nas competições. “Sebastian me disse: ‘pai quero medalha de ouro’. Não vai dar ouro, mas vou ao pódio”, celebrou o atleta do Flamengo, que na hora de receber a medalha comemorou de maneira diferente para atender seu herdeiro. “Meu filho me pediu pra fazer o ‘Kamehameha’ e eu disse: ‘tá bom, vou ter que fazer porque ele pediu’. A gente assiste muito Dragon Ball e fiquei muito feliz de subir no pódio mais uma vez.”