Atual campeã, Rafaela Silva fica sem medalha no Mundial de judô da Rússia
3 min readDo Zigzagdoesporte.com.br por ESPN.com.br.
A imagem já ficou eternizada na história esportiva brasileira. Ajoelhada, aos prantos, Rafaela Silva se tornava a primeira mulher do país a conquistar uma medalha de ouro no Mundial de judô, no ano passado, no Rio de Janeiro. Exatos 364 dias depois do maior sucesso de sua carreira, a carioca deitou mais uma vez no dojô, novamente com lágrimas nos olhos, mas dessa vez de tristeza ao ver o sonho do bicampeonato terminar nas quartas de final.
Na madrugada desta quarta-feira em Chelyabinsk, na Rússia, Rafaela tentava igualar João Derly, o único bicampeão mundial do judô brasileiro, mas, nem mesmo com uma chave desenhada para o feito, ela conseguiu repetir o êxito do Mundial do ano passado e saiu da disputa sem medalha.
Rafaela entrou no dojô com seu nome estampado em branco dentro de um quadrado vermelho, e um “BRA” também em vermelho nas costas. As indicações no quimono deixavam claro: ali estava a atual campeã.
A estreia na categoria até 57 kg foi tranquila. Com quatro advertências em menos de 2min, a brasileira, que ainda tinha um yuko a seu favor, não teve trabalho para superar a eslovena Vlora Bedeti.
A segunda adversária foi a austríaca Tina Zeltner. Dessa vez, cinco minutos de combate. Rafaela, de novo, vencia graças a uma punição aplicada contra a europeia, mas, nos instantes finais, somou um yuko e garantiu sua segunda vitória.
Enquanto isso, a supercampeã Kaori Matsumoto (ouro nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e no Mundial de Tóquio-2010), a alemã Miryam Roper, atual número 1 do mundo, e a americana Marti Malloy, vice-campeã mundial no Rio no ano passado, ficaram pelo caminho.
A chave parecia tranquila, mas Rafaela não esperava que Dorjsürengiin Sumiyaa, da Mongólia, acabasse com o sonho do bi. A rival foi melhor em todo o combate, que tinha um wazari para cada lado, mas a brasileira, com duas punições contra uma da adversária, acabou superada. Ao fim do combate, ela desabou no dojô, em cena semelhante ao do Mundial do ano passado, mas sem o mesmo final feliz.
Rafaela ainda tinha a chance de lutar pelo bronze através da repescagem. Começou bem, passando pela suíça Fabienne Kocher, mas, na luta pela medalha, acabou derrotada pela francesa Automme Pavia, que levou a melhor por uma punição dada à brasileira já no golden score.
Derrota na estreia no feminino
Parecia que o caminho Ketleyn Quadros, também na categoria até 57 kg, seria tranquilo. Depois de folgar na primeira rodada, a medalhista de bronze nos Jogos de Pequim-2008 escapou da favorita romena Carina Caprioru, prata nos Jogos Olímpicos de 2012 e bronze no Mundial de Paris (2011), que perdeu na estreia para Chen-Ling Lien, do Taipei.
Mas a expectativa não se confirmou. Depois de alguns segundos de efetividade, a brasileira se mostrou apática e, graças a uma punição, foi superada por Lien, dando adeus ao Mundial logo em sua primeira luta.
Derrota na estreia no masculino
Já a participação de Alex Pombo no Mundial não passou da primeira luta. Atual campeão pan-americano e quarto colocado no ranking mundial, o brasileiro perdeu na estreia para o belga Dirk Van Tichelt na categoria até 73 kg.
Pombo começou dominando a luta e foi soberano no início. Mas, faltando 2min58, deixou espaço para o belga, que aproveitou e conseguiu a imobilização. Como o brasileiro não conseguiu sair da posição após 20s, o europeu marcou um ippon, ganhando a luta.