Diretor do Rio-16 busca despoluição, mas diz que velejadores podem ter vantagem com lixo
3 min readDo Zigzagdoesporte.com.br por ESPN.com.br com agência Gazeta Press.
A despoluição da Baía de Guanabara, sede das competições de vela dos Jogos Olímpicos 2016, é um dos legados prometidos pelo Comitê Organizador ao Rio de Janeiro. Rodrigo Garcia, diretor esportivo da entidade, está comprometido com a meta de limpar a região, mas conta que o lixo flutuante pode ser aproveitado pelos atletas.
“A história do lixo tem dois lados. Alguns velejadores utilizam isso, porque sabem que se o lixo está andando, a corrente fica ali. Então, podem tirar vantagem. Mas o Rio 2016 tem o papel de deixar a área de competição limpa, como é necessário. É isso que estamos buscando”, declarou Garcia na tarde desta terça-feira, na Marina da Glória.
Ao longo desta semana, a Baía de Guanabara recebe o primeiro dos 45 eventos-teste previstos até os Jogos 2016. A competição atraiu 324 atletas de 34 países, entre eles mais de 20 medalhistas olímpicos, como o brasileiro Robert Scheidt, dono de cinco pódios (dois ouros, duas pratas e um bronze).
De acordo com Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, atualmente 50% do esgoto é tratado. Segundo Rodrigo Garcia, no entanto, o percentual ainda é de 41%. Com exatos dois anos até as Olimpíadas, o diretor de esportes do Comitê Organizador espera manter uma evolução constante.
“Nos Jogos, a meta é ter 80% do esgoto tratado. Em 2009, quando começamos a fazer um monitoramento mais próximo junto aos entes governamentais, o índice estava em 17%. Existem muitas obras e ações do governo do estado sendo realizadas”, afirmou Garcia, esperançoso.
No primeiro dia do evento-teste disputado na Baía de Guanabara, os barcos responsáveis por manter a área limpa, chamados de “ecoboats”, precisaram entrar na área de competição para retirar lixo flutuante, o que motivou reclamações por parte de alguns atletas.
“Tivemos alguns problemas com lixo flutuante, mas não está como antigamente, quando havia sofás, geladeiras. O que é notório é que os atletas vêm falando que no último ano a qualidade da água mudou muito, e para melhor”, afirmou Garcia.
Enquanto os velejadores podem conhecer as condições únicas da Baía de Guanabara, o Comitê Organizador usa o evento-teste para experimentar as cinco raias de competição, montadas nas imediações do Pão de Açúcar, da Ponte Rio-Niterói, da Escola Naval, da Praia de Copacabana e da orla de Niterói.
“Essas raias são aptas a receber provas de vela e cada uma conta com suas peculiaridades, o que é um diferencial da Baía de Guabanabara. Não há planos de mudança de área. Estamos ajustando um monte de operações e é para isso que serve o evento-teste. Temos que errar agora, e não em 2016”, afirmou Garcia.