Da ‘zebra’ em 1998 à lenda em 2015: Federer conquista Brisbane na 1.000ª vitória de sua carreira; confira todo histórico das mil vitórias.
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Quem é o melhor da história? A discussão é longa. Eterna, talvez. Independentemente de sua preferência, Roger Federer está entre os maiores. Neste domingo, ele colocou mais um feito na sua galeria, muito maior do que o troféu do Torneio de Brisbane. A vitória sobre o canadense Milos Raonic foi a de número 1.000 na carreira de um dos principais esportistas – não “apenas” tenista – de todos os tempos.
Tudo começou em um 30 de setembro de 1998, data em que Roger Federer conquistava a sua primeira vitória como profissional, no Torneio de Toulouse. A vítima foi o francês Guillaume Raoux, à época número 45º do ranking mundial e 3º na França. Quem diria que, exatos 5947 dias – e 999 vitórias depois, aquele moleque suíço se tornaria o terceiro homem na história a atingir um feito tão grandioso.
Curioso ver como a história é contada, como os mitos são criados, como aquele garoto de 17 anos recém-completados se transformaria em uma lenda. O texto da renomada agência Associated Press sobre a vitória diante de Raoux é sucinto: “There was disappointment for French No. 3 Guillaume Raoux, who lost to Swiss qualifier Roger Federer, 6-2, 6-2”, algo como “Desapontamento para Guillaume Raoux, número 3 da França, que perdeu para o suíço Roger Federer, que veio do quali, por 6-2 e 6-2”. E só.
Daquele jogo, que durou exatos 60 minutos, nasceria uma sequência de vitórias e de feitos poucas vezes vistas no esporte. Com o triunfo sobre Raonic, Federer alcançou o seu 83º título (mais 42 finais) em simples, além de oito em duplas (mais seis vices).
Nessa galeria, são 17 conquistas em Grand Slam, contra 14 de Pete Sampras e Rafael Nadal. Mais: está no rol das feras que completaram o “Career Slam”, quando o tenista ganha os quatro torneios do Grand Slam (Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos EUA), ao lado de Fred Perry, Don Budge, Rod Laver, Roy Emerson, Andre Agassi e Rafael Nadal.
Três outros números impressionam. O primeiro é 738, quantidade de vitórias em sets diretos do suíço, em três ou cinco parciais. Depois, 274, referente aos diferentes oponentes que ele atropelou. Por fim, 28, que é número de países em que Federer conquistou seus títulos. Impressionante.
É um momento especial. Eu joguei muito tênis nos últimos anos para chegar aqui. Isso significa muito para mim. Muito, muito obrigado.
Curiosamente, a França, pátria de Raoux e casa de Toulouse, se tornaria a principal vítima de Federer, que soma 110 vitórias contra tenistas do país. Curiosamente também entraria a Austrália nesse mapa: país de Mark Philippoussis, batido na final de Wimbledon de 2003, o primeiro título de Grand Slam do suíço, foi, neste domingo, palco da vitória número 1.000 de sua carreira.
Contra o Brasil, Federer tem sete vitórias e duas derrotas contra seis vítimas: Ricardo Mello, Gustavo Kuerten, Flávio Saretta, Marcos Daniel, Thiago Alves e Thomaz Bellucci. No entanto, Guga tem um retrospecto positivo contra o suíço, já que a lenda brasileira venceu duas vezes, contra apenas um revés. Já contra Mello, o triunfo veio em um Orange Bowl, um torneio júnior.
Agora, o seleto “clube dos 1.000” do tênis mundial conta com três integrantes: o imbatível americano Jimmy Connors, com 1.253 vitórias, o lendário Ivan Lendl, 1.071, e o mitológico Federer.
Federer, 33 anos, títulos, conquistas, feitos, marcas, recordes, 1.000. Mais de 16 anos depois da “zebra” na primeira vitória, o suíço se tornou um dos responsáveis por “escrever a história na nossa frente, nos nossos olhos”. Quem é o melhor da história? Hoje, não importa. Hoje, o dia é de Federer, 1.000ª dia de Federer.
* Vitórias em ATP Finals e em Jogos Olímpicos foram incluídas na categoria ‘ATP 500/250