- Surfing redbull.com por Fabiano Tissot.
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Nicole Pacelli é uma colecionadora de títulos. Sagrou-se bicampeão Brasileira de SUP wave (2012 pela CBSUP e 2013 pela CBS) e bicampeão mundial (ambos títulos em 2013, um pela ISA e outro pela Waterman League). Filha do big rider Jorge Pacelli, descobriu o amor pelo stand up através do pai. Daí pra frente, não parou mais de fazer história no esporte.
Como você iniciou no SUP?
Eu comecei no SUP há 5 anos por causa do meu pai. Ele trouxe uma prancha da Califórnia e depois começou a fabricar pranchas em parceria com a Gzero. Eu achava bem difícil no começo, mas sempre me divertia muito quando surfava de SUP, bem mais que de pranchinha, foi por isso que comecei.
Em que momento se deu conta que estava surfando mais de stand up que de prachinha?
Eu me dei conta disso quando comecei a ouvir das pessoas: “Onde voce vai Nicole? Isso não é mar pra stand up!”. Depois disso percebi que eu caia de SUP em todas as condições mesmo.
Qual a vantagem de ter um pai shaper?
É muito bom porque ele acompanhou toda a minha evolução como surfista e fomos adaptando minhas pranchas conforme a situação. Eu sempre falo pra ele o que eu acho das pranchas e como podemos melhorar a próxima. E ele faz a mesma coisa, me vê surfando e fala no que eu preciso melhorar e o que mudar na pranchas para meu surf evoluir cada vez mais.
Quais as medidas da sua prancha do dia-a-dia?
7’0 x 24′ de meio e 3 1/2 de borda.
Qual a sensação de ser a primeira campeã mundial da história do esporte?
Foi minha meta ano passado, me tornar campeã mundial! Sempre foi meu sonho ser reconhecida como atleta e ter meu espaço no esporte, quando eu me tornei campeã consegui essas duas coisas.
Depois do título, mudou alguma coisa em relação as etapas do Stand Up World Tour, comparando com as anteriores? As meninas olham diferente para você agora?
Mudou! Porque agora ser campeã mundial é uma realidade, todas as meninas do Tour viram que é possível ser campeã mundial e acho que mais do que nunca todas vão querer conquistar esse título. As etapas só tendem a ficar mais difíceis, pois todas as meninas estão evoluindo e surfando cada vez melhor. Eu prefiro não pensar nisso para não ficar nervosa, mas agora vou ser a menina que todas vão querer ganhar.
Quanto tempo você permanecerá no Havaí essa temporada?
Eu volto para o Brasil dia 3 de março, cheguei aqui dia 9 de dezembro. É a minha 4ª temporada havaiana e a que eu permaneci mais tempo. Para mim é fundamental ficar aqui, ganho mais confiança no meu surf e isso reflete durante o resto do ano.
Como foi a etapa de Turtle Bay, de uma maneira geral?
O mar estava difícil. Difícil de se posicionar e pegar uma onda boa. Eu passei as minhas baterias pegando as piores ondas, fazia as notas que precisava mas em ondas horríveis. Observei bem o mar antes da final, sabia que eu só ia ganhar se pegasse as ondas certas. Na final decidi ficar bem embaixo do pico enquanto todas a meninas foram pro fundo. Ainda bem que eu fiz isso… tudo deu certo, peguei as melhores ondas da bateria!
Poderia comentar a onda da final na qual você conquistou a vitória?
O mar estava bem grande para o pico, a série quebrava muito longe, não tinha como não tomar na cabeça. Mas havia um lugar que a espuma perdia um pouco de força e a onda reformava no inside, onde eu decidi ficar. Eu vi uma série vindo muito lá fora e todas a meninas remaram para o fundo. Eu fiquei parada e a onda perdeu um pouco da força onde eu estava. Acho que eu queria tanto pegar essa onda durante o campeonato inteiro que foquei toda a minha energia naquela onda, queria conseguir mostrar meu surf! Deu certo, tirei a minha melhor nota da competição, um 8,2
Como foi a temporada havaiana esse ano, rolaram as ondas grandes que você imaginava?
Nessa temporada eu vi as maiores ondas da minha vida aqui em Oahu, foi no dia 22 de janeiro, a baía de Waimea fechava de 10 em 10 minutos, muito sinistro! Mas não tinha como surfar, o vento estava totalmente errado e muito forte! No dia seguinte eu fui surfar em Waimea de prancha, foi o maior Waimea da minha vida! Vinham umas séries bem grandes, a baía fechou quando eu estava lá dentro e peguei uma onda no pico. Foi demais, um dos melhores mares da temporada pra mim!
Qual a expectativa para a etapa brasileira do Stand Up World Tour?
Eu quero muito ir bem e vou fazer de tudo para isso acontecer! Esse ano o Tour feminino vai ter 5 etapas com 2 descartes. Por isso, se eu conseguir um bom resultado nessa etapa do Brasil vou ficar bem mais tranquila para o resto do ano.
Todos falam que o stand up é um ótimo exercício físico. Você sentiu alguma diferença no seu corpo depois que começou a pratica-lo?
Eu acho que o meu corpo ficou mais forte como um todo, eu me sinto mais forte! Isso aconteceu porque o SUP é um exercício completo, trabalha diferentes grupos musculares ao mesmo tempo.
Que dica você daria para as meninas que querem começar no SUP?
Não tenham vergonha de cair! Eu caia muito no começo e caio até hoje quando pego um prancha nova, demoro alguns dias pra me acostumar. É super normal cair e não se sentir confiante em cima do SUP no começo, por isso não desanimem!
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