‘A Colômbia não é tudo de ruim que mostram na TV’, relembra o agora tricolor Pablo Armero; confiram !
3 min readElton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Pablo Armero já passou por Palmeiras, Flamengo, Udinese, Napoli, Milan e West Ham. Após deixar o América de Cali, visitou diversos países, jogou Copa do Mundo e Champions League. Olhando para toda essa história, nem parece que o lateral colombiano tem 30 anos de idade. Porém, mesmo com a vasta experiência, ‘Miñía’, como é conhecido em sua terra natal, tenta no Bahia o seu primeiro título fora da Colômbia.
Armero disse estar se sentindo à vontade em Salvador. Pelo fato de ter ficado sem atuar desde o final da temporada 2015-2016 na Europa, tem sido tratado com muito cuidado pelo técnico Guto Ferreira. No rodízio feito no Bahia, atuou em apenas cinco jogos, mas ainda não balançou as redes adversárias – apesar de ter acertado a trave do Altos-PI, em Teresina, pela Copa do Nordeste. Longe dos holofotes, o lateral tenta recuperar seu prestígio internacional e voltar a ser lembrado por José Pékerman, treinador da seleção de seu país. Entre uma palestra de Guto e um treinamento tático no CT tricolor, Armero bateu um rápido papo com o blog.
Como está sua adaptação à Bahia? É mais fácil por você ter atuado no Brasil outras duas vezes?
Está muito tranquila. Salvador é uma cidade muito bonita, e o povo parece muito com o colombiano. Meu foco tem sido no trabalho, em fazer o melhor para o Bahia. Quero ajudar o time, meus companheiros, fazer o que o treinador me pede, fazer o Bahia mais forte.
O jogador colombiano se assemelha ao brasileiro pelo improviso e individualidade. Sua passagem pelo futebol italiano lhe deu mais consciência tática?
O futebol italiano dá muita ênfase à parte tática, mas também busca jogadores técnicos. Lateral tem que defender, mas também precisam saber atacar. Essa história mudou. Veja, por exemplo, jogadores como Lichtsteiner, Daniel Alves, Alex Sandro e outros. A gente precisa defender, mas também tem obrigação de atacar quando tiver espaço. Joguei assim na Udinese, no Napoli e no próprio Milan.
Falando nisso, você é rotulado como um lateral muito bom ofensivamente, mas deixa a desejar na defesa. Como encara esse ponto de vista?
É questão tática, de treinamento. Eu sou um lateral que gosto de atacar, mas também gosto de defender. Acho que o futebol é um complementar o outro, é trabalho de grupo. Como lateral, se vou atacar, preciso ter um companheiro que me ajude ali atrás. Se meu volante vai atacar, eu tenho que cobrir ele. Se você observar os times grandes da Europa, todos os laterais atacam. Para se ganhar um jogo você precisa ter surpresas, e um lateral é surpresa no futebol.
A tragédia da Chapecoense trouxe para o Brasil uma imagem dos colombianos jamais vista por aqui. A reação dos brasileiros lhe surpreendeu?
Como colombiano, fiquei triste com o que aconteceu. Foi triste para todo mundo. Não quero que aconteça isso com ninguém, mas todo mundo sabe que o colombiano tem sua civilidade e sua fortaleza. Eles iriam ajudar e apoiar, com certeza. Tudo o que foi mostrado, a solidariedade, acho que todos precisam saber que a Colômbia não é tudo de ruim que mostram na TV. O colombiano é amável, é solidário. A Colômbia tem belezas naturais, tem miss, tem mulheres bonitas, boa música… se por um lado fico triste pela tragédia, também fico feliz que o mundo tenha enxergado a verdadeira Colômbia.