Aos 35, Federer brilha no saque e reinventa backhand para voltar a dominar o tênis; confiram !
3 min readGuilherme Nagamine, do ESPN.com.br
“Meu corpo reagiu muito bem, e eu não poderia estar mais feliz.”
Roger Federer não esperava um começo tão bom em 2017. Passados os primeiros três meses da temporada, o suíço venceu os principais torneios disputados até o momento no circuito profissional: Australian Open e os Masters 1000 de Indian Wells e Miami.
Depois de ficar seis meses parado em 2016, Federer apareceu nesta segunda-feira como novo número quatro do mundo no ranking da ATP.
E parte de seu sucesso no ano pode ser explicado pelo saque e seu backhand.
Nas 20 partidas que disputou, Federer disparou 206 aces, uma média de 10,3 por partida. Na carreira, segundo dados da ATP, a média é de 7,7 por jogo.
Há também uma ligeira melhora em seu aproveitamento no serviço se comparado aos números de todas as suas temporadas. Em 2017, ele venceu 91% dos games nos quais sacou, enquanto a média da carreira é 89%; em relação aos pontos vencidos com o primeiro serviço, 79% contra 77%; no segundo saque, 58% contra 57%.
Em relação aos break points salvos, há também uma melhora pequena estatisticamente: 68% contra 67%. Um dado curioso de sua temporada: em Indian Wells, ele enfrentou apenas quatro breaks em seis jogos, e salvou três deles.
Há também uma diferença notável em relação ao seu backhand. Mais acostumado a dar o slice, o suíço passou a ser mais agressivo no golpe e impressionou pelos bons contra-ataques e winners que encaixou.
Na metade de março, enquanto disputava o Masters de Indian Wells, o tenista de 35 anos contou uma passagem curiosa após vencer Rafael Nadal – a quem já venceu três vezes no ano, incluindo as decisões do Australian Open e do Masters de Miami – nas oitavas de final.
Ele decidiu ser mais agressivo com a esquerda. Antes, ele trocava e caía para trás, aceitava a pressão e com isso deixava a bola curta primeiro
“A primeira coisa que ele [meu pai] disse foi ‘Ótima partida, ótimos backhands’. Basicamente, ele foi o primeiro cara a me dizer, ‘Ataque com o backhand! Não vá para trás e dê slice o tempo inteiro’. Acho que todos os meus treinadores ao longo da carreira me disseram para usar mais o backhand. Mas acho que lá no fundo eu nem sempre acreditei que eu tinha essa arma para os momentos importantes. Mas acho que isso está mudando pouco a pouco e eu estou feliz com isso.”
Melhor tenista da temporada no circuito masculino, Federer só deve voltar aos torneios em maio, para disputar Roland Garros – ele não se inscreveu para nenhum torneio de saibro antes do Grand Slam francês.
“Eu ainda posso mudar meu calendário. Mas não tenho 24 anos mais. Preciso escolher bem os momentos e permanecer saudável”, declarou no último fim de semana.