16/12/2024

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Vexame brasileiro na Copa vira lição, e COB cria plano ‘anti-amarelada’ para Olimpíada-2016.

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Tiago Leme, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br.

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David Luiz, em primeiro plano, enquanto jogadores da Alemanha comemoram gol na Copa
David Luiz, em primeiro plano, enquanto jogadores da Alemanha comemoram gol na Copa

Pressão por atuar dentro de casa e desequilíbrio emocional. A situação tão comentada no futebol durante a Copa do Mundo de 2014 pode se repetir para o Brasil daqui a dois anos em outros esportes, na Olimpíada do Rio de Janeiro. O vexame brasileiro pela eliminação na semifinal do Mundial, com derrota por 7 a 1 para a Alemanha, serve de lição para o COB na preparação para os Jogos do Rio-2016. Os dirigentes admitiram que a parte psicológica dos atletas é uma preocupação e a situação está sendo estudada para a competição.

“Estamos, sim, trabalhando a parte emocional, isso já vem sendo desenvolvido há alguns anos. Temos psicólogos para ajudar na preparação mental. Algumas modalidades aceitam mais esse trabalho para controlar a ansiedade, outros treinadores preferem fazer isso diretamente. Mas é bom entender que a psicologia não vai salvar tudo, ela é parte de um leque, de uma série de qualidades que precisam ser bem tralhadas. Não adianta estar bem psicologicamente e não estar bem fisicamente, por exemplo. Estar no Brasil traz uma ansiedade e uma pressão maior, a gente sabe disso, os atletas sabem. A Copa do Mundo trouxe uma experiência rica para todos nós, estamos estudando o que aconteceu com a seleção de futebol, tirando conclusões, para saber como aproveitar os pontos positivos e neutralizar negativos”, explicou Jorge Bichara, gerente de performance do COB, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Na Olimpíada de Londres, em 2012, sete psicólogos estiveram acompanhando a delegação brasileira, e o trabalho continua sendo desenvolvido visando os Jogos do Rio. O choro excessivo dos jogadores do Brasil em algumas situações da Copa de 2014 e o abalo psicológico depois da perda de Neymar por lesão foram considerados fundamentais para a humilhante derrota diante dos alemães.

Antes do Mundial de futebol desta ano, a comissão técnica da seleção brasileira chegou a falar que a equipe já tinha “uma mão na taça”, e qualquer resultado que não fosse o título seria considerado uma frustração. Para a Olimpíada dentro de casa, o COB estabeleceu uma meta de colocar o Brasil entre os dez primeiros colocados do quadro pelo número total de medalhas, com a conquista de 27 a 30 pódios.

Reuters

Ginasta Diego Hypólito se lamenta após cair na apresentação no solo na Olimpíada de 2012
Ginasta Diego Hypólito se lamenta após cair na apresentação no solo na Olimpíada de 2012

Apesar disso, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman nega que os atletas brasileiros entrarão pressionados e explica a diferença das outras modalidades em relação ao futebol.

“A meta motiva o atleta, o torcedor e a preparação. A meta tinha que ser ousada porque é no Brasil. Felizmente, não colocamos pressão nos atletas e não temos pressão de ser campeão olímpico. Não podemos comparar com a ambição do futebol. O que pretendemos é ir bem”, disse Nuzman.

Mesmo longe de casa, atletas do Brasil já sentiram a pressão por causa do favoritismo e acabaram vacilando em Olímpiadas anteriores. Cotado para conquistar medalhas, o ginasta Diego Hypólito, por exemplo, acabou caindo em suas apresentações de solo e ficando fora do pódios nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012. Há dois anos, o time de futebol feminino, o judoca Leandro Guilheiro e Fabiana Murer, no salto com vara, foram outros que chegaram com boas chances de medalha, mas acabaram decepcionando.

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