San Lorenzo saiu do buraco.Entenda o fato.
3 min readIgor Resende, do ESPN.com.br.
Vaticano e Almagro estão separados por um oceano inteiro e mais de 11 mil quilômetros, mas um evento na capital do catolicismo parece ter desencadeado uma verdadeira revolução em um dos bairros mais apaixonados por futebol da Argentina. Em 13 de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio foi anunciado como o novo Papa, sob o nome de Francisco. O anúncio não deveria ter relação alguma com o esporte, mas acabou por se tornar como ponto de transformação na história do San Lorenzo, o time de coração do Papa Francisco.
À época, o San Lorenzo estava afundado em crise. Em junho do ano anterior precisara participar do playoff contra o rebaixamento e só se salvou de ir para a segunda divisão do país depois de uma vitória e um empate com o modesto Instituto. O jejum de títulos já vinha desde 2007 e a equipe nem mesmo vinha conseguindo figurar entre os 10 melhores do país. Não por acaso, enfrentava o risco de degola em um campeonato feito para que os grandes não sejam rebaixados.
A eleição papal, porém, funcionou como ponto de virada para o time. No fim de 2013, o San Lorenzo acabou com a seca de títulos e levantou mais uma vez o troféu de campeão argentino. Agora, sete meses depois, o time está a um passo de exorcizar seu último fantasma e finalmente conseguir conquistar a Libertadores. E a vaga na decisão veio após deixar três brasileiros pelo caminho (Botafogo, Grêmio e Cruzeiro) e passar pelo Bolívar na semifinal. Entre o time de Almagro e o tão sonhado título agora só resta o Nacional (PAR).
A taça tem um significado ainda mais especial para o San Lorenzo e significaria algo muito parecido com o que significou a conquista de 2012 pelo Corinthians. Isso porque a Argentina tem cinco times considerados grandes: os popularíssimos Boca Juniors e River Plate, o Indpendiente, o Racing e o San Lorenzo. De todos estes, o time de Almagro é o único que nunca pôde comemorar a conquista do título mais importante da América.
E não são apenas coincidências que juntam o renascimento da equipe com a eleição do Papa. Desde que Jorge Bergoglio foi escolhido para o cargo, o nome do San Lorenzo passou a rodar por todo o mundo. Com isso, o time teve um recorde de novos associados, aumentou sua visibilidade e, consequentemente, passou também a aumentar o faturamento.
Resta agora a última benção para concluir o que parecia um verdadeiro milagre há dois anos: acabar com todas as ‘zoações’ dos rivais e finalmente ter uma taça da Libertadores na galeria de troféus de Almagro.